sexta-feira, 26 de junho de 2009

O medo...

Uma das coisas que mais me preocupa na humanidade é a mania que algumas pessoas tem de não se permitirem a possibilidade de serem felizes. Sabe aquele lance de não tentar por não ter certeza que vai dar certo? Isso geralmente é criado pelo medo de que aquilo que se quer pode dar errado e gerar desapontamento e dor.

Temos que entender que a dor e o desapontamento fazem parte da natureza humana. Se algo não deu certo no fim, é porque o fim ainda não chegou, ou deu certo, pelo tempo que deveria dar. Tudo tem um fim, um final e um propósito.

Uma vez,uma pessoa querida me disse que eu passo a idéia de alguém que só faz o que quer e quando quer, que me preocupo apenas com aquilo que quero e enquanto está bom pra mim, dando a impressão de que não me preocupo com o outro, uma coisa meio egoísta. Na verdade isso não é bem assim, a única coisa que acontece é que não tenho medo de me arriscar, de tentar o novo, de sofrer, porque acredito que só existe uma maneira de descobrir se vai dar certo... Tentando!

Não deixo de me preocupar com os outros, até mesmo porque não atribuo minhas necessidades e desejos ao sofrimento alheio, procuro um meio termo adequados a todos os envolvidos. Não tenho medo de desilusões, de passar por idiota com uma rosa na mão, ou cantando uma musica romântica em uma serenata. Acredito que mas vale um segundo de sentimento e horas de desilusão do que uma eternidade de pensamentos sobre a possibilidade de algo que poderia ter sido. Impreterivelmente as coisas irão te aborrecer, cair por terra ou sair do planejado, é a lei natural das coisas, cabe a você, encontrar a melhor solução para as coisas, esse essa solução causar decepção ou dor, paciência. Provavelmente os instantes de alegria que você sentiu compensam a dor que poderá surgir. Afinal não havia certeza que haveria dor, tão pouco a felicidade... Havia apenas a possibilidade infinita de que tudo pode acontecer. Acredito que é exatamente essa possibilidade infinita o grande tesão das coisas que nos acontecem todos os dias. Por isso não tenho medo de parecer idiota, ou passageiro, faço o que quero, porque meu objetivo é apenas ser feliz hoje! Tenho planos para o futuro, mas minha atenção e foco estão voltados para o presente, no futuro penso nele, tudo ao seu tempo. Procuro não pensar se vai ou não dar certo, se posso ou não me machucar.

Entrar na arena com medo da batalha, já te faz um perdedor, por isso jamais luto por algo que não acredito, e se percebo que não poderei ganhar, aceito a derrota, recolho meus cacos, absorvo a dor e tudo que ela pode me ensinar, e vou a luta novamente, por outras batalhas e outras conquistas, o espírito do skatista,que cai e levanta até acertar a manobra. Posso até parecer maluco, como alguém que gosta da dor e a procura, mas não, não a procuro, somente não fujo dela, pois ao seu lado caminha a felicidade, e ao fugir da dor, jamais poderei alcançar o que procuro.

Estranha sensação

Sabe aquela sensação de que algo chegou ao fim? Um amor, um projeto, um sonho, algo eu durante um tempo você teve a certeza que era pra sempre, mas que de uma hora pra outra se esvai, some, e você percebe que não te cabe mais, ou que você não cabe mais naquilo, pois é... É assim que me sinto hoje.

O grande problema é que não sei o que se esvaiu de mim. Derrepente o mundo ficou pequeno e não cabe mais dentro de mim. Ou seria eu que me tornei pequeno demais para um mundo tão grande?

Tenho tanto pra dizer, mas as vezes sinto como se não houvesse ninguém disposto a escutar. São tantas idéias, ideais, pensamentos, uns muito claros, outros tão confusos. Que sinto como se não houvesse nada... Só um imenso vazio e silencio que toma conta de tudo ao meu redor... a noite é fria, e mesmo assim eu suo... Imagens distorcidas e sem ligação nenhuma passam pela minha mente.

Penso em tantas pessoas, tantos lugares, que não fazem parte uns dos outros. Me imagino em diversas situações eu nunca vivi, e que provavelmente só acontecerão no meu mundo de faz de conta. Sinto-me confuso sobre a subjetividade dessa pretensa realidade imaginaria na qual fico preso por instantes que parecem uma eternidade, e logo depois volto a uma realidade que parece uma ilusão forjada pelo meu subconsciente para me afastar daquilo que não me agrada.

Mas o que não me agrada? Quais os motivos de meus bloqueios mentais? Quais os verdadeiros motivos para a fuga criada de mim por mim mesmo? Medo? De que? De quem? E se é uma fuga, porque sinto que se esvai? Como sinto que acabou se ainda não enfrentei coisa alguma? Esse tipo de contradição sempre fez parte do um intimo. E é uma das coisas que sempre me perturbaram Derrepente tudo parece novo. E esse novo me parece tão igual ao mais velho que já conheci. As coisas acabam e começam da mesma forma que acabaram e começaram no inicio, como um círculo vicioso, onde ainda não descobri os vícios.

Hoje, algo acaba, no frio da noite algo se esvai, algo que não tenho idéia do que seja, que me deixa vazio, algo que mesmos em saber o que era, tinha absoluta certeza de que era pra sempre, ou pelo menos me gerava essa sensação. Resta saber se vai começar dinovo, e se vira pra não mais partir, ou se foi pra não mais voltar.