domingo, 28 de junho de 2009

Trilha sonora

Você já parou pra pensar que todos os momentos marcantes de nossas vidas tem uma musica ou um som que o representam? Pode ser uma musica romântica, o cantar de um pássaro,um assovio, o ruído de uma maquina, ou mesmo o som do mar ou do vento... Para todos os momentos que realmente marcaram temos um som gravado na memória. Com certeza você se lembra de musicas da sua infância, vozes de festas de familia da época que era pequeno, da voz daqueles que se foram...

Mas hoje quero falar mais das musicas... Pare para pensar, quantas musicas fazem parte da sua memória? Não musicas que você apenas gosta, mas aquelas que marcaram de alguma forma. Com certeza a resposta foi “muitas” ou algo similar. É impressionante como as musicas marcam, nos fazem lembrar de alguém, um lugar, uma situação,seja ela agradável ou não. O primeiro amor, o ultimo, um amigo, seu primeiro baile, a formatura... Enfim, toda ocasião tem uma musica!

Quando paro pra pensar na trilha sonora da minha vida a primeira coisa que me vem a mente é a aberturado Pica-Pau! Eu sempre fui louco pelo Pica-Pau, o maluco, com topete pra trás... Logo na seqüência me vem uma musica da Beth Carvalho...”quando eu não puder pisar mais na avenida, quando minhas pernas não puderem agüentar...” essa é a musica da minha mãe... Ela tem até o anel de bamba. Fui criado no samba... me lembro também da Musica “Índia”... Nem sei de quem é... Só me lembro dela na voz forte e segura de minha avó materna.... Lembro também do som do 'Guns" vindo do quarto da minha tia mais nova, e depois do Renato Russo cantando “Faroeste Caboclo” no rádio do meu irmão, que me mostrava também musicas do Ira, Capital, Nenhum de Nós, e outras bandas que agitaram o cenário nacional naquela época. Eu tinha uns dez anos. Muito do meu gosto musical foi formado ali. Me lembro como se fosse hoje, do meu irmão colocando a fita do Engenheiros do Havaii, banda que até hoje é minha favorita, e falando pra eu prestar atenção na letra, como se naquela idade fosse entender toda poesia que as musicas do Humberto Guessiger ou então do Cazuza, outro que ele fez questão de me mostrar também, pudessem fazer algum sentido pra mim.

Ainda em meio ao tudo isso, lembro-me de descobrir a MPB. O motorista do ônibus que me levava pra escola só ouvia MPB. Foi quando tive minha primeira desilusão amorosa. Djavan, musica "Oceano", me fazia lembrar no caminho de volta pra casa, da garota que me desprezara, e pela primeira vez na minha existência uma música retratava o que eu sentirá no momento.

Lembro perfeitamente de "Garotos" do Lenine, musica tema de um outro relacionamento platônico que tive na pré-adolescência. Depois disso, passei a ligar pessoas as músicas, o que fez meu repertório se multiplicar por N... todas as pessoas de relevância na minha vida tem uma musica tema. Namoradas, todas. Umas, musicas felizes, nostálgicas, outras, que nem gosto de ouvir mais. Amigos. Desde o Marcio, um amigo da primeira serie que se mudou pra campinas no meio da terceira série, no qual toda vez que toca “Canção da América” ainda me recordo, até o meu irmão de alma,o Thiago, que só consegui atribuir uma musica muito depois, pois “Pode crê”, do Cidade Negra, só foi gravada muito mais tarde.

Musicas existem em situações de minha vida também,como a musica “Aquarela do Brasil”, na minha Formatura de oitava série, cantada em coro por nós formandos, o Parabéns da minha primeira festa surpresa ou o primeiro som que tirei no violão. Flores, Titãs, versão do CD Acústico. Nisso, me vem a memória o só de Veraneio Vascaína, musica que marcou minha primeira apresententação com banda em publico. Lembro-me também da primeira serenata que fiz, com “Pra dizer Adeus”, para uma loirinha do colégio, e de Terra de Gigantes, dos Engenheiros, que toquei em homenagem ao aniversário de minha mãe, só que com um mês de antecedência. Da musica “Hey Joe” do O Rappa, musica que toquei pra mais de 2.000 pessoas em um evento em Guarulhos, poco antes de ir embora pra Rondônia. Época que escolhi a musica do Thiago, e de tantos outros que me faziam lembrar daqui enquanto estava lá.

Foi quando percebi que a vida tem trilha sonora.Passava o dia ouvindo musicas que me lembravam pessoas e lugares.

Hoje ainda não é diferente, continuo escolhendo musicas para representar pessoas, e agora até me divirto com isso. Apesar de algumas situações por mais que coubessem em uma musica, ainda me arremeterem a outras.

Se alcancei meu objetivo, você deve ter acabado de rever toda a sua vida através da sua trilha sonora enquanto acompanhava a minha. Ou seja, resgatou boa parte daquilo que você realmente é.

É por isso, que muitas vezes, quando perguntam como me definiria em uma palavra, digo sem pensar muito.... Musica!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O medo...

Uma das coisas que mais me preocupa na humanidade é a mania que algumas pessoas tem de não se permitirem a possibilidade de serem felizes. Sabe aquele lance de não tentar por não ter certeza que vai dar certo? Isso geralmente é criado pelo medo de que aquilo que se quer pode dar errado e gerar desapontamento e dor.

Temos que entender que a dor e o desapontamento fazem parte da natureza humana. Se algo não deu certo no fim, é porque o fim ainda não chegou, ou deu certo, pelo tempo que deveria dar. Tudo tem um fim, um final e um propósito.

Uma vez,uma pessoa querida me disse que eu passo a idéia de alguém que só faz o que quer e quando quer, que me preocupo apenas com aquilo que quero e enquanto está bom pra mim, dando a impressão de que não me preocupo com o outro, uma coisa meio egoísta. Na verdade isso não é bem assim, a única coisa que acontece é que não tenho medo de me arriscar, de tentar o novo, de sofrer, porque acredito que só existe uma maneira de descobrir se vai dar certo... Tentando!

Não deixo de me preocupar com os outros, até mesmo porque não atribuo minhas necessidades e desejos ao sofrimento alheio, procuro um meio termo adequados a todos os envolvidos. Não tenho medo de desilusões, de passar por idiota com uma rosa na mão, ou cantando uma musica romântica em uma serenata. Acredito que mas vale um segundo de sentimento e horas de desilusão do que uma eternidade de pensamentos sobre a possibilidade de algo que poderia ter sido. Impreterivelmente as coisas irão te aborrecer, cair por terra ou sair do planejado, é a lei natural das coisas, cabe a você, encontrar a melhor solução para as coisas, esse essa solução causar decepção ou dor, paciência. Provavelmente os instantes de alegria que você sentiu compensam a dor que poderá surgir. Afinal não havia certeza que haveria dor, tão pouco a felicidade... Havia apenas a possibilidade infinita de que tudo pode acontecer. Acredito que é exatamente essa possibilidade infinita o grande tesão das coisas que nos acontecem todos os dias. Por isso não tenho medo de parecer idiota, ou passageiro, faço o que quero, porque meu objetivo é apenas ser feliz hoje! Tenho planos para o futuro, mas minha atenção e foco estão voltados para o presente, no futuro penso nele, tudo ao seu tempo. Procuro não pensar se vai ou não dar certo, se posso ou não me machucar.

Entrar na arena com medo da batalha, já te faz um perdedor, por isso jamais luto por algo que não acredito, e se percebo que não poderei ganhar, aceito a derrota, recolho meus cacos, absorvo a dor e tudo que ela pode me ensinar, e vou a luta novamente, por outras batalhas e outras conquistas, o espírito do skatista,que cai e levanta até acertar a manobra. Posso até parecer maluco, como alguém que gosta da dor e a procura, mas não, não a procuro, somente não fujo dela, pois ao seu lado caminha a felicidade, e ao fugir da dor, jamais poderei alcançar o que procuro.

Estranha sensação

Sabe aquela sensação de que algo chegou ao fim? Um amor, um projeto, um sonho, algo eu durante um tempo você teve a certeza que era pra sempre, mas que de uma hora pra outra se esvai, some, e você percebe que não te cabe mais, ou que você não cabe mais naquilo, pois é... É assim que me sinto hoje.

O grande problema é que não sei o que se esvaiu de mim. Derrepente o mundo ficou pequeno e não cabe mais dentro de mim. Ou seria eu que me tornei pequeno demais para um mundo tão grande?

Tenho tanto pra dizer, mas as vezes sinto como se não houvesse ninguém disposto a escutar. São tantas idéias, ideais, pensamentos, uns muito claros, outros tão confusos. Que sinto como se não houvesse nada... Só um imenso vazio e silencio que toma conta de tudo ao meu redor... a noite é fria, e mesmo assim eu suo... Imagens distorcidas e sem ligação nenhuma passam pela minha mente.

Penso em tantas pessoas, tantos lugares, que não fazem parte uns dos outros. Me imagino em diversas situações eu nunca vivi, e que provavelmente só acontecerão no meu mundo de faz de conta. Sinto-me confuso sobre a subjetividade dessa pretensa realidade imaginaria na qual fico preso por instantes que parecem uma eternidade, e logo depois volto a uma realidade que parece uma ilusão forjada pelo meu subconsciente para me afastar daquilo que não me agrada.

Mas o que não me agrada? Quais os motivos de meus bloqueios mentais? Quais os verdadeiros motivos para a fuga criada de mim por mim mesmo? Medo? De que? De quem? E se é uma fuga, porque sinto que se esvai? Como sinto que acabou se ainda não enfrentei coisa alguma? Esse tipo de contradição sempre fez parte do um intimo. E é uma das coisas que sempre me perturbaram Derrepente tudo parece novo. E esse novo me parece tão igual ao mais velho que já conheci. As coisas acabam e começam da mesma forma que acabaram e começaram no inicio, como um círculo vicioso, onde ainda não descobri os vícios.

Hoje, algo acaba, no frio da noite algo se esvai, algo que não tenho idéia do que seja, que me deixa vazio, algo que mesmos em saber o que era, tinha absoluta certeza de que era pra sempre, ou pelo menos me gerava essa sensação. Resta saber se vai começar dinovo, e se vira pra não mais partir, ou se foi pra não mais voltar.

domingo, 21 de junho de 2009

Pequenas doses de Felicidade

Olha eu divolta...
Escrevo hoje algo que venho pensando algum tempo... Começou no inicio de uma tarde de terça-feira... Aguardando um amigo para começar um trabalho... Sentado no terminal rodoviário da Vila Madalena... Puta calor... Estava terminando um livro, tomando um suco e fumando um cigarro... no ouvidos meus inseparáveis fones tocavam o som do Sublime... E foi nesse cenário que de repente uma forte onda de alegria, entusiasmo, relaxamento e serenidade se apoderaram de mim, tradução... Felicidade... Analisando friamente não tinha muitos motivos pra esse sentimento... Mas naquele momento, me sentia completo... Tudo pareceu mais vivo... Cores, sons, cheiros... Naquele momento... Sem motivo algum... Eu era Feliz!
Tinha meus motivos, afinal nem tudo ia mal... Assim como não ia bem também... Acho que pra ninguém tem tudo indo bem, afinal o humano sofre de uma insatisfação permanente... e é exatamente por essa constatação que cheguei as minhas conclusões... A felicidade é servida em pequenas doses!
Acredito que até porque se a dose for muito alta... Uma overdose de felicidade acaba parando o coração... e a idéia não é essa...hehe. e por assim ser, essas doses vem na medida certa pra cada um... é como se fosse uma droga, uns tem mais resistência, outros menos, e todo mundo tem um limite...
Sabe quando você ta numa situação complicada no trabalho e ao chegar em casa, sua namorada(o), mulher (marido) ou o que quer que seja, te recebe com aquele abraço e beijo fortes e confortadores, que faz que nem que seja por um momento, todos seus problemas com o chato do seu(sua) chefe simplesmente desapareçam? Pois é....Nesse momento,talvez você nem se dê conta, mas você é feliz.... Ou então quando come algo que estava com vontade a tempos... ali você também é feliz. Ou então quando acorda assustado como horário e se lembra que naquele dia você não tem compromissos... Sim, nessa hora você também é feliz!!!
Às vezes,a felicidade vem numa dose tão pequena que você nem percebe, é quase que homeopático... Ela chega... Da um “oi” e vai se diluindo em meio a tantos outros pensamentos... Muitas vezes penosos, mesquinhos, chatos, preocupantes e vulgares.
Talvez ela apareça de modo tão sutil por apesar de persegui-la (tipo cachorro atrás do rabo), não a notamos ali do nosso lado, nas pequenas coisas e não a aproveitamos... Não se deve achar que se esta feliz apenas quando tudo for bem (lembremos da teoria do humano insatisfeito), ou quando “quase tudo” caminhar a contento, afinal, parafraseando tanta gente... A felicidade está nas pequenas coisas... Ou melhor, nos pequenos momentos!
Penso que meu objetivo não é buscar a felicidade, ou tentar ser imensamente feliz... Mas sim, conseguir “esticar” essa felicidade...permanecer em estado de felicidade o maior tempo possível, valorizando esses pequenos momentos, saboreando-os com calma, degustando com calma... São essas pequenas doses diárias de felicidade que fazem a vida valer os sorrisos que temos pra dar a ela...
O objetivo deve ser então, da forma mais natural possível, tornar esses momentos freqüentes...E tentar fazer com que ele não seja diluído até se esvair...É aproveitar essa sensação com toda dedicação, para que se possa usar até o ultimo pedacinho dessa sensação de levitar...